O ar condicionado foi inventado em 1902, por Willis Carrier, um engenheiro elétrico americano de 25 anos que se especializou em sistemas de calefação. Nesse período, trabalhava para a Buffalo Forge – empresa que fabricava aquecedores e diversos elementos para o trabalho com o ar.
Carrier nasceu em 1876 em uma velha família da Nova Inglaterra e frequentou a Universidade Cornell, nos EUA. Foi encarregado de um novo departamento de engenharia experimental, onde projetou seu primeiro ar-condicionado para uma tipografia no Brooklin. Quando se comprovou que a técnica funcionava, Willis Carrier havia perdido seu trabalho na Buffalo Forge e se associado com outras seis pessoas para criar sua própria empresa, a Carrier Engineering Corporation. Começando com um investimento de 32.600 dólares, a empresa conseguiu exportar sua ideia ao mundo todo. Contaram com clientes de prestígio para isso (as grandes lojas de departamentos J.L. Hudson em Detroit e a Samsung no Japão) e tiveram nas salas de cinema seus melhores aliados para promover seus aparelhos.
Em 1906 que surge o termo “ar-condicionado”, com Stuart Cramer. O também norte-americano criou o seu próprio aparelho a fim de explorar formas de adicionar umidade ao ar em sua fábrica de tecidos, usando-o em um pedido de patente efetuado naquele ano. Carrier acabou adotando também o termo e incorporou-o no nome da sua empresa.
Carrier teorizou que poderia retirar a umidade da fábrica através de resfriamento do ar por dutos artificialmente resfriados. Esse mecanismo, que controlava a temperatura e umidade, foi o primeiro exemplo de condicionador de ar contínuo por processo mecânico. Desse modo, a indústria têxtil, foi o primeiro grande mercado para o condicionador de ar.
A solução foi aperfeiçoada mais tarde , em 1940, para o uso doméstico. A invenção demorou a se popularizar porque, em um primeiro momento, seus inventores ainda não tinham percebido o potencial daquelas máquinas de ar frio. A primeira aplicação residencial do ar-condicionado foi feita em uma mansão de Minneapolis, no ano de 1914. Embora permanecesse fora do alcance da maioria até depois dos anos 1930 — e mesmo hoje.
No mesmo ano, Carrier instalou o primeiro condicionador de ar hospitalar, no Allegheny General Hospital de Pittsburgh. O sistema introduzia umidade extra em um berçário de partos prematuros, ajudando a reduzir a mortalidade causada pela desidratação.
Em 1919, o cinema Riviera, em Chicago, convidava os espectadores para sua “fábrica de congelamento”. Quatro anos depois, em 1923, uma loja de departamento em Detroit, nos EUA, instalou três condicionadores de ar que atraíram multidões de consumidores. Foi nesse período que o ar-condicionado começou a ser instalado em locais públicos.
O aparelho teve seu ápice no ano de 1922, no Grauman’s Metropolitan Theatre, em Los Angeles, e tornou-se uma peça fundamental para o crescimento da indústria cinematográfica, pois, nos meses de verão, a frequência dos cinemas caía muito, levando ao fechamento de várias salas.
Em Nova York, o cinema Tivoli, aberto desde 1921, ganhou em 1924 um ar-condicionado que o tornou famoso. As pessoas faziam fila na porta, mais para aproveitar o geladinho do cinema da Oitava Avenida, do que para ver os filmes.
O ar condicionado modificou até a arquitetura dos anos seguintes. Na Flórida, nos EUA, hotéis foram erguidos inclusive com janelas pequenas, pé-direito baixo e condicionadores ligados na potência, revelando a adaptação dos lugares para receberem a tecnologia da climatização.
Antes do ar condicionado
Os primeiros sistemas conhecidos que usavam água para resfriar espaços internos foram criados pelos antigos egípcios, que baixavam a temperatura em suas casas pendurando tapetes úmidos nas portas. A água evaporada das esteiras úmidas reduziu a temperatura do ar interno e adicionou umidade refrescante ao ar seco do deserto.
Não muito depois de os egípcios vencerem o calor com seus tapetes de entrada, os romanos desenvolveram um sistema de ar condicionado primitivo, utilizando seus famosos aquedutos para fazer circular a água doce através de canos internos, um método que reduzia significativamente a temperatura do ar dentro de vilas abafadas.
Michel Faraday (físico e químico britânico) também trabalhou nisso e introduziu o amoníaco como elemento de refrigeração, assim como empregavam gases tóxicos ou inflamáveis como a amônia, o clorometano e o propano.
Com informações: Time, El País e Willis Carrier.
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